A ADEPOL DO BRASIL trouxe importantes reflexões após o caso de repercussão nacional envolvendo a apresentadora Ana Hickmann. Assinado pela diretora Raquel Gallinati, artigos abordam a questão da violência doméstica e relacionamentos abusivos.
“Nos últimos anos, os casos de violência doméstica têm ocupado espaço na mídia, e a história de Ana Hickmann nos instiga a uma análise mais aprofundada desse problema que aflige inúmeras mulheres em todo o mundo.
Dados impactantes da ONU, através da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW), vinculada ao Conselho Econômico e Social (ECOSOC) das Nações Unidas, revelam que as mulheres frequentemente só encontram coragem para denunciar após a sétima agressão em relacionamentos abusivos. Surge a indagação: por que, diante do sofrimento, tantas mulheres aparentam “deixar” que essa situação persista? Por que “se submetem” ao invés de romper com esse ciclo de violência?
Desmistificando algumas narrativas, é evidente que a violência não faz distinção de classes sociais ou grau de escolaridade. A dependência econômica não é o fator preponderante para a persistência desse relacionamento abusivo. A violência transcende fronteiras sociais, ultrapassando classes econômicas. A impunidade não pode prosperar em função de motivos econômicos.
O papel crucial do agressor é menosprezar a vítima e destruir sua autoconfiança, criando um cárcere emocional que a acorrenta à situação, muitas vezes envolta em vergonha ao buscar ajuda.
O silêncio persistente das vítimas em relacionamentos abusivos é um tema que requer reflexão. Analisar a resistência das vítimas em denunciar agressões em relacionamentos abusivos é necessário. Esta é uma situação complexa, exigindo nossa atenção e reflexão sobre as razões por trás desse silêncio persistente”, aborda a diretora.